O folclore é um conjunto de tradições (músicas, danças, trajes...). Em relação ao traje tradicional, este é o elemento externo característico de cada zona de Portugal. Revela-se ser um dos numerosos indicadores socio-culturais de um povo. O traje tem uma função específica apropriada com as actividades exercidas pelas pessoas no seu dia a dia (traje de trabalho : de ceifar, de ir ao monte...). É influenciado pelas diferentes paisagens do nosso país, ao nivel da côr e dos vários elementos que o constitui (a sachola, o malho...). Assim, um rancho deve apresentar vários trajes, que pretende dar a conhecer o tipo de população de que nós somos herdeiros. Em breve, existe uma grande variedade de trajes tradicionais portugueses. O Rancho Folclórico ESTRELAS DO ALTO MINHO de Paris 14 vai vos divulgar algúns deles representando a região do Alto Minho, mais em particular a cidade de Arcos de Valdevez e a vila de Ponte da Barca.

TRAJE À LAVRADEIRA (o "vermelho" de Santa Marta de Portuzelo)

O "traje à lavradeira" envergado nas grandes festas e romarias. Também conhecido por "traje rico de festa" era o que mais tempo ficava nos areias. Com este traje, as raparigas de Viana, ao seja do concelho de Viana do Castelo, tinham orgulho de mostrar o seu ouro. Este traje se compõe de um lenço vermelho de franja com motivos florais, na cabeça. Uma camisa branca bordada de azul no peito, nos ombros e nos punhos, é vestida de baixo de um colete específico favorescendo a respiração, de côr vermelha e decorado por muitos feitios bordados de vários cores. A saia rodada e ampla, é também bordada com os mesmos motivos do colete. O avental é decorado com "puxados" recriando um jardim em relevo. No lado direito, usava-se uma algibeira em forma de coração e rica em motivos que reforçava a beleza da mulher. Este elemento permetia o transporte de dinheiro e do lenço. Nos pês, eram calçadas meias de renda brancas e chinelas pretas bordadas com motivos florais a côr.

TRAJE À LAVRADEIRA DE DÓ

O "traje à lavradeira de dó" é um derivado do "traje à lavradeira" de Santa Marta de Portuzelo. Constituido pelos mesmos elementos, ele se diferencia pela côr dominante do preto ou do azul escuro. Devido a essa côr, ele é vestido em momentos de luto.

TRAJE DE MEIA-SENHORA

O "traje de meia-senhora" era o vestido da filha do lavrador rico da aldeia. Era um traje para as raparigas que não queriam ser lavradeiras, mas guardavam alguns elementos vestuarios como o lenço na cabeça e as meias brancas rendadas com as chinelas pretas. Quando passeavam, levavam sempre com elas uma sombrinha, para se proteger do sol e guardar o tom claro, contraramente aos que trabalhavam no campo .

TRAJE DE MORDOMA

O "traje de mordoma" era usado pelas raparigas encarregadas de recolher os fundos para a realização da festa do Santo padroeiro da sua freguesia. Elas deviam ser solteiras e virgens.

Este traje geralemente preto se compõe na cabeça de um lenço de seda vermelho atado ao pescoço. Uma camisa branca, de linho, bordada é vestida de baixo de uma casaca cintada muito enfeitada. Quando o calor apertava, a mordoma substituia-a por um colete bordado a vidrilhos, e de mesmo tecido do que a saia. A saia é muito rodada com barra de veludo e bordados a vidrilhos. O avental de veludo preto com corôa e silvo também é bordado a vidrilhos. No lado direito, a algibeira de veludo preto é ricamente decorada e bordada a vidrilhos. Nos pês, eram calçadas meias de renda brancas e chinelas pretas lisas. Traje de grande cerimónia, ele podia ser utilizado no casamento com alguns ajustes.

TRAJE À LAVRADOR OU DOMINGUEIRO

O "traje à lavrado ou domingueiro" era usado pelos homens ricos.

Vestido para os grandes eventos e para ir a missa, este traje se compõe na cabeça de um chapéu braguês, duma camisa de linho geralmente bordada a vermelho no peito, nos ombros e nos punhos. Uma casaca preta ornamentada com botões brancos era vestida, mas quando o calor apertava, o homem substituia-a por um colete de mesma constituição. Trazia umas calças preta apertada ao nivel da cinta com uma faixa vermelha sinónimo de alegria, visto que este traje é preto. Nos pês, eram calçadas umas meias brancas com sapatos pretos.

TRAJE DE ROMARIA

O "traje de romaria" é um derivado do "traje à lavrado ou domingueiro". Constituido por alguns elementos idênticos, ele não usa faixa vermelha mas preta com sapatos ou botas da mesma côr.

TRAJE DE TRABALHO

O "traje de trabalho" era envergado para os trabalhados do campo. É por isso, que constatamos uma grande diversidade de trajes de acordo com as diferentes actividades agrícolas (traje de campo, de ir ao monte, de ceifar...). Ele é confeccionado com os tecidos mais simples, mas não deixa de ser de bom gosto e resistente.

Este traje se compõe na cabeça de um chapéu de palha. Um camisa branca de linho com bordados é usada com calças de linho, de cotim ou de algodão de varias cores, en relação à actividade efectuada. Aos pês, são calçados socos abertos ou fechados.

 
 

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